domingo, 6 de junho de 2010

S Ú M U L A C U R R I C U L A R

Mário Moreau aposentou-se em 1992. À data da sua aposentação, era assistente graduado do Hospital de Santa Maria e foi, até então e durante trinta e dois anos, assistente das cadeiras do grupo da Clínica Médica, de que foi titular, durante a quase totalidade daquele período, o Prof. Armando Ducla Soares.
Já desde a adolescência, a Música tem ocupado um lugar importante na sua actividade. Pelos 15-16 anos começou a frequentar com assiduidade as récitas de ópera realizadas no Coliseu dos Recreios e, mais tarde, também no Teatro de S. Carlos. Em 1965 concluíu o Curso Superior de Canto da Academia de Amadores de Música (com 16 valores) e, de certo modo em relação com este, também o Curso de Língua e Cultura Italianas, em 1970 (com 18 valores). Poucos anos depois iniciou a publicação da sua primeira obra: “Cantores de Ópera Portugueses” (3 vol.), a que se seguiram “O Coliseu dos Recreios. Um Século de História”, “O Teatro de São Carlos. Dois Séculos de História” (2 vol.), “Tomás Alcaide” e “Luísa Todi”. Publicou também vários textos em livros, programas do Teatro de S. Carlos, revistas musicais e catálogos de exposições.
A publicação da sua primeira obra tornou o seu nome conhecido além-fronteiras e, assim, passou dede então a ser frequentemente consultado por musicólogos estrangeiros para a edição das respectivas obras. Sobre temas musicais (cantores e teatros de ópera) foram publicados até à data, com a sua colaboração, um total de 35 títulos, em Espanha, França, Itália, Inglaterra, Estados Unidos, Brasil e Argentina.
Desde 1988 é membro do elenco consultivo da Garland Publishing Inc., de Nova Iorque, para assuntos respeitantes à ópera em Portugal.
Tem um total de vinte e seis presenças aos microfones da EN/RDP e da Rádio Renascença e colaborou, por convite, em dois programas sobre cantores portugueses e brasileiros, da série “Evening at the Opera”, do Dr. Douglas M. Fox (Fine Arts Radio, Connecticut, 1998). Entre as presenças aos microfones da RDP contam-se aquelas em que esteve como convidado para comentar, em directo, récitas de ópera realizadas em alguns dos grandes palcos do mundo, como o Teatro de S. Carlos, o Théâtre de Wallonie, de Liège, o Théâtre Royal de La Monnaie, de Bruxelas, o Covent Garden, de Londres e o Metropolitan de Nova Iorque.
Realizou um total de doze conferèncias sobre figuras da música portuguesa, em Lisboa, Setúbal, Olhão e Vila Nova de Gaia.
Fez parte do juri dos concursos de canto “Tomás Alcaide” e do Concurso de canto da Juventude Musical Portuguesa; foi membro da comissão executiva do Concurso Nacional de Canto “Luísa Todi” de 2003 e membro da comissão de honra do mesmo concurso nos de 2005 e 2007; e, em 2008, também membro da comissão de honra da exposição comemorativa do 50º aniversário das récitas de Maria Callas no Teatro de S. Carlos (Lisboa, 1958).
Foi director-geral e director-artístico do Teatro de S. Carlos (1982-84) e membro da direcção da Academia de Amadores de Música (2001-2007).

Agraciado com a Medalha de Mérito Cultural pelo Presidente da República, Prof. Aníbal Cavaco Silva, em 10 de Junho de 2010.


BREVES REFERÊNCIAS ÀS OBRAS PUBLICADAS

CANTORES DE ÓPERA PORTUGUESES

(...) uma obra que não hesito em desde já considerar fundamental para a história da cultura portuguesa. (...) ela ficará, por muito tempo, única e insubstituída no seu campo de incidência. - (João de Freitas Branco, Jornal de Letras, 1982)

(...) ímpar na actual produção literária portuguesa da especialidade e só parceira de alguns raros monumentos congéneres de pesquisa e erudição. (...) Mário Moreau foi capaz, sozinho, de fazer o que até hoje não conseguiu nenhuma equipa de estudiosos em trabalho de natureza paralela, nem sequer na actualização dos já existentes.(...).
Um tal esforço não conhece, infelizmente, em Portugal, qualquer espécie de estímulo, compreensão, aplauso público ou recompensa. Galardoa-se, entre nós, com toda a facilidade, a ficção e a reportagem, o que é o fruto natural da imaginação ou o produto da observação e da maré da oportunidade, com prémios que já vão ao milhar de contos (...), enquanto se passa indiferente, sem menção oficial ou oficiosa, sem televisões nem presidentes ou ministros, por obras como a de Mário Moreau. (...) Só por este labor de inventariação de um património de prestígio, o País terá de lhe estar agradecido. – (Humberto de Ávila, Revista “São Carlos”, 1988).

(…) este dicionário, que eu saiba, único no mundo. De resto, imponente é o adjectivo que me parece adequado para definir um empreendimento de tal dimensão, que honra o autor e o editor que a publicou. – (Giorgio Gualerzi, Giornale della Musica, 1989).

Mas a grandiosidade e a importância desta obra (...) não se avalia somente pela impressionante expressão dos números e pelo que traduzem da magnitude da tarefa, mas também, e principalmente, pelo riquíssimo e incomparável conjunto de informações que traz ao conhecimento e se ergue como pedra basilar da nossa cultura, hoje e para sempre. – (Fernando Pires, Diário de Notícias, 1996).

(...) Devo acrescentar que, com a publicação deste livro, a documentação sobre vidas e carreiras de cantores portugueses ultrapassa largamente a de outros cantores de muitos outros países. Espero que estudiosos e escritores fora de Portugal recebam a mensagem e comecem a fazer o necessário trabalho em relação aos artistas dos seus países o que Moreau fez pelo seu. Se assim for, o trabalho de Moreau é uma obra que eles deverão sempre tentar imitar. – (Thomas Kaufman (The Record Collector, 1996).

COLISEU DOS RECREIOS. UM SÉCULO DE HISTÓRIA

Este livro deveria servir de modelo para todas as futuras cronologias de teatros de ópera. (...). Ele será um elemento essencial de qualquer colecção de livros de ópera e deve ser recomendado nos termos mais calorosos. – (Thomas Kaufman, The Record Collector, 195).

O TEATRO DE SÃO CARLOS. DOIS SÉCULOS DE HISTÓRIA

O dr. Mário Moreau é um dos mais acreditados historiadores da nossa cultura. As suas principais publicações anteriores (...) são exemplo de investigação profunda, meticulosa, honesta e inteligente. (...) – (Manuel Ivo Cruz, Jornal de Notícias, 2000).

TOMÁS ALCAIDE

(...) uma soberba biografia, ilustrada com numerosas fotografias de arquivo, completada com excertos de imprensa e com uma cronologia extremamente pormenorizada. (...) Precioso! – (Opéra International, 2002).

LUÍSA TODI

Todo este percurso e as vicissitudes que o assinalarem, os descreve Mário Moreau de forma sóbria, informativa, documentada, rigorosa. (...) Classificação: *****. – (Fernando Pires, Diário de Notícias, 2002)

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